sábado, 16 de outubro de 2010

Perdendo sentidos






Perdi o rumo das palavras, não sei escrever o que me tortura.
Quanto mais vivo mais percebo que estou morta.
Morta por cada tradição que me cerca,
Pela religião que vivo desinstruida. 
 Pela voz que eu calo quando quero gritar
Droga, por todas as vezes que fraquejo quando a miséria tenta abalar a estrutura da estabilidade
Quando um delinqüente chamado cidadão come o animal do seu próximo
Quando uma criança é torturada pelos desejos criminosos dos lobos
Quando a razão vira fruta rara que nasce no fundo do quintal dos mais antigos.
Quando o espelho mostra a minha fraqueza.
O mundo nunca fecha os olhos para essas coisas insignificantes, pelo contrario ele
Abre bem os olhos só pra apreciar o que faz com seus habitantes, pra rir dos idiotas
Que aceitam o que ele quer que façam.
Perdi o sentido do que realmente importa depois de cometer a burrice de me manter em silêncio
Ironia da imagem macabra que sobrevoa as nossas cabeças.
Ninguém vai escrever mais as palavras de esperança que os antigos autores, poetas e filósofos se perdiam. A confusão é a dona da mente e da ignorância.
Um passo a cova.
Estamos mortos.

10-2009

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