sábado, 29 de novembro de 2014
terça-feira, 25 de novembro de 2014
Nós
Você sempre fez as escolhas,
a comida que lhe agrada
a bebida que lhe embebeda
a roupa que lhe atrai.
você sempre abre a boca e fala
do que te incomoda
do que te atrasa
do que é conveniente.
você usa sempre sua imaginação
pra me acusar de coisas que nunca fiz
desenhar todos os meus defeitos
me pintar como objeto.
Sua semana é sempre cheia e sem espaços pra mim
Seu fim de semana é sagrado para seus irmãos
presentes ou não
sua necessidade única é macho e bola.
Você me afasta todo dia
me congela todo dia
me mostra que eu preciso viver só e apenas
me deixa e eu deixo.
Você me encontra todo dia
Eu não me encontro mais na gente
domingo, 23 de novembro de 2014
quarta-feira, 19 de novembro de 2014
quarta-feira, 12 de novembro de 2014
É a Vida
Acordar cedinho só pra ver o sol dar a luz
escovar os dentes, um banho quente...
na mesa, torradas, manteiga e café.
Suco, bolo e maçã.
Canela e leite.
Sempre as mesmas roupas
sem audácias,
uma sapatilha de bailarina
e um lugar marcado no ônibus.
A mesma janela aberta,
ventilando o mesmo vento
cantando os pneus nas mesmas ruas
aqueles olhos que fingem ver
mas que não estão vendo.
A parada nunca é a última
depois descer uma ruazinha
e chegar ao prédio mais achatado.
Subir as escadas (elevador é melhor)
sentar (ou ficar de pé)
e falar (verbalizar e bláblá)
O caminho da volta pode mudar
mas sempre é muito do mesmo
sempre num ônibus,
mergulhando na janela
soprando junto com o vento
A noite (cedo ou tarde)
TV, livro e escrita
Umas letras todas erradas,
mais voltada para cacografia
um português ao avesso
avessando a vida.
Dormir e acordar
e refazer a rotina.
É a vida.
escovar os dentes, um banho quente...
na mesa, torradas, manteiga e café.
Suco, bolo e maçã.
Canela e leite.
Sempre as mesmas roupas
sem audácias,
uma sapatilha de bailarina
e um lugar marcado no ônibus.
A mesma janela aberta,
ventilando o mesmo vento
cantando os pneus nas mesmas ruas
aqueles olhos que fingem ver
mas que não estão vendo.
A parada nunca é a última
depois descer uma ruazinha
e chegar ao prédio mais achatado.
Subir as escadas (elevador é melhor)
sentar (ou ficar de pé)
e falar (verbalizar e bláblá)
O caminho da volta pode mudar
mas sempre é muito do mesmo
sempre num ônibus,
mergulhando na janela
soprando junto com o vento
A noite (cedo ou tarde)
TV, livro e escrita
Umas letras todas erradas,
mais voltada para cacografia
um português ao avesso
avessando a vida.
Dormir e acordar
e refazer a rotina.
É a vida.
domingo, 9 de novembro de 2014
O pecado de uma placa
O grupo a quebrar meus olhos estava tomando banho na lama.
Uma lama gostosa no meio do transito da cidade
num dia estacionante de chuva em um engarrafamento e
eu estava na janela chorando minha sorte de estar parada a uma hora
dentro do ônibus.
Eles brincavam de chutar aquela água suja que os cobriam até os joelhos,
uns estavam com um pedaço de pau nas mãos e outros gritavam,
mas, dentre eles apenas um me amarrou pelo pescoço com uma corda
este um, estava com uma placa de carro e esmagava uma lagartixa.
Ele pulava, ria e batia com a placa no animalzinho esmagando sua cabeça,
suas patinhas, estourando suas vísceras.
Este um, também arrancou o rabo do bicho
e depois de colar a lagartixa ao asfalto molhado como papel
ele pisou naquela gosma e eu chorei.
Chorei porque queria interromper meu caminho para abraçar aquele menino
perguntar o por quê daquilo (que talvez fosse apenas por diversão mesmo "?")
proteger dos golpes que ele já havia de ter levado
de alimentar a fome do seu ser e corpo de cuidado
Chorei porque quis ser a lagartixa prensada no asfalto
poupar aquele ser insignificante da violência sem causa
(porque, pobre animal, não conhece da vida humana nada)
chorei por pensei ser a placa, obrigada a trabalhar como arma e pecar contra seu ócio.
Enquanto eu chorava o sol tentou ocupar o mesmo lugar da chuva e
brilhou nos olhos do menino
o ônibus encontrou espaço para seguir o caminho e aos poucos
a visão física do garoto foi se perdendo de mim
mas meus olhos, ainda molhavam de soluços minhas mãos
enquanto eu me imaginava
tirando o garoto da rua e o prendendo em correntes em minha casa.
Uma lama gostosa no meio do transito da cidade
num dia estacionante de chuva em um engarrafamento e
eu estava na janela chorando minha sorte de estar parada a uma hora
dentro do ônibus.
Eles brincavam de chutar aquela água suja que os cobriam até os joelhos,
uns estavam com um pedaço de pau nas mãos e outros gritavam,
mas, dentre eles apenas um me amarrou pelo pescoço com uma corda
este um, estava com uma placa de carro e esmagava uma lagartixa.
Ele pulava, ria e batia com a placa no animalzinho esmagando sua cabeça,
suas patinhas, estourando suas vísceras.
Este um, também arrancou o rabo do bicho
e depois de colar a lagartixa ao asfalto molhado como papel
ele pisou naquela gosma e eu chorei.
Chorei porque queria interromper meu caminho para abraçar aquele menino
perguntar o por quê daquilo (que talvez fosse apenas por diversão mesmo "?")
proteger dos golpes que ele já havia de ter levado
de alimentar a fome do seu ser e corpo de cuidado
Chorei porque quis ser a lagartixa prensada no asfalto
poupar aquele ser insignificante da violência sem causa
(porque, pobre animal, não conhece da vida humana nada)
chorei por pensei ser a placa, obrigada a trabalhar como arma e pecar contra seu ócio.
Enquanto eu chorava o sol tentou ocupar o mesmo lugar da chuva e
brilhou nos olhos do menino
o ônibus encontrou espaço para seguir o caminho e aos poucos
a visão física do garoto foi se perdendo de mim
mas meus olhos, ainda molhavam de soluços minhas mãos
enquanto eu me imaginava
tirando o garoto da rua e o prendendo em correntes em minha casa.
quarta-feira, 5 de novembro de 2014
sábado, 1 de novembro de 2014
Semelhante a um doce
Como um palhaço pulando no picadeiro
dando audiência ao circo
colorindo de risos os lábios alheios
Como uma estrada única,
mão dupla sem sinalização
livre para atropelos
acidentes e diversão
Como o edema
queimando inflamação e
transbordando exsudato
Como uma lesão
deficiente na ativação das plaquetas,
impedindo formação de fibrinas,
deixando fluir hemorragia
Como uma bola de assoprar cheia,
que se encanta pelo alfinete
namora sua cabeça
e num beijo
se desfaz estourando os gases.
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