quinta-feira, 14 de outubro de 2010

Bicho homem

Existe um animal-homem, irracional.
Ele não se parece com a raça inferior das criaturinhas nem superior, como os ET's.
A sua linhagem vem da mesquinhagem  e egoísmo que o transformou em uma especie única.
Ele não vê nada mais a sua frente do que o espelho, não anda sem o seu tapete especial em vermelho e nem come com porcos.
Fala mansinho para não chamar a atenção dos vizinhos, se esconde das verdades que ele teme e nunca sai de debaixo da cama.
Acorda tarde no seu belo  mundo, tem mil empregados de quatro, que o juram de ódio, tem um carro de segunda mão que é apelidado de ferrari e mora em um palácio bem organizado no final de uma roça metropolitana.
Existe um animal-homem que não é gato, parece aranha e que só toma banho depois de ser expulso da cama. Tem caracteristicas de milhões de espécies, o ornintorrinco, coitado, perde sua beleza de diversidade se comparado.
Existe esse animal homem que finge ser maltratado: ele trabalha de mais, ele se preocupa de mais, vive pouco... não tem tempo!!
Se ele tivesse um negócio próprio, e este lhe desse dinheiro, rasgaria sua barriga e construiria um cofre especial, lá dentro.
Que irônico a beleza desse bicho-humano irracional.  Ele espera a liberdade no que não tem e o que tem ele dá os cãesinhos corredores de rua. Senta, a noite, em uma mesa grande e se acha o poderoso jogando as cartas da falta de  horário para chegar em casa, faz de empregada a bichinha que ainda lhe agrada e aponta o dedo se ela faz alguma coisa errada.
É uma realidade cruel a  conclusão de vida desse animal irracional, porque não conhece o que é a liberdade, o que é o amor, quem dirá o que é felicidade.
Sinto dó deste animal do qual eu não sei o nome, está a beira do caminho dos achados e perdidos, correndo o risco de terminar jogado sozinho, abandonado e esquecido no cantinho.
Deve haver algum tipo de escape para ele conseguir mudar de raça ou para evoluir de espécie. Quem sabe se abra um portal as 5:50 e ele consiga passar antes da chegada das 6:00.

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