sábado, 27 de novembro de 2010

Pela porta de trás

Eu começei a escrever pelo fim da página querido, todas as palavras que você profanou contra mim.
Eu quis apagá-las de minha mente como se eu pudesse usar uma borracha, mas, bem lá no fundo eu não via mais o mesmo efeito.

E então, enquanto você dormia eu decide me jogar para o lado oposto da porta: na parte de trás.

Caminhando com minhas próprias pernas, firmando meus pés
Eu estou mais só agora, vivendo o meu independente com uma ajuda invisível. Eu vivo com minhas próprias celulas, sentindo e refletindo as frações dos dias.
Hoje eu busco o outro lado da independencia: morrer pela liberdade longe de você.

Quebrei o espelho que pintava só as minhas tristesas, eu aplaudi meu ato de coragem, você não gosta muito da minha liberdade né? Dancei em cima de seu CD paupérrimo de rimas.
Estou fazendo dança na sua morbidez, a sua escuridão hoje me dá motivos pra sorrir.
Eu brilho querido, eu brilho.

E enquanto você dormia, eu decidi me jogar para o lado oposto da porta: estou no lado de trás.

Eu começei a escrever pelo fim da página querido, para deixar tudo branco em cima de você, te sufocar aos poucos com a luz e te deixar queimar na depressão da minha felicidade.
Eu saí pela porta de trás.