sexta-feira, 8 de novembro de 2013

A licença do Pretérito


Retiro minhas palavras sobre deixar vir a criatividade 
fluir o que minha mente cria tem significado terrorista, 
as vezes prejudicial a mim mesma
as vezes prejudicial ao mundo o que é muito positivo aos meus olhos 
então guardo arduamente esse novo-antigo sentimento,
 o qual não tenho palavras pra descrever.

E por falar em palavras, percebi que sempre as escrevo no passado,
como se ele sempre fosse mais importante do que o agora e isso, Santo Cristo, é psicologicamente histérico.
Mas que seja um detalhe porque sempre escrevemos em um passado 
não somente eu, mas toda oração dos poetas. Sim, eles conjugam no pretérito.
comi, 
bebi, 
fiz, 
olhei, 
rasguei, 
sonhei, 
pintei, 
busquei, 
quebrei, 
abri, 
fechei, 
matei, 
feri, 
saí, 
caí, 
partira, 
fizera, 
morri, 
morrera, 
ontem, 
ano passado, 
horas atrás....
A licença poética me balança unicamente a perceber que o presente é esse e apenas esse no qual eu escrevo, e o futuro será o que eu for fazer após sair daqui.
O meu acordar num dia em uma hora definida é o meu presente e o acordei já é conjugado melhor na hora a seguir.
Impossível não conjugar por um momento o tempo mais vívido e morto em mim, porque o que eu vivo agora é meu, e fica,
mas o que passou eu não quero mais e precisa sair. 
E sai. 

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