sexta-feira, 9 de setembro de 2011

Visão

Só posso te ver com os olhos fechados,
Te ouvir tão rapidamente no silêncio e
 Te sentir nas ondas de maior frequência.

Só posso te ligar quando desconsidero meu tamanho
Diminuindo-me aos joelhos
Em posição de servo.
Quando estendo minhas mãos  para apoiar
Pesos maiores que os meus,
Quando meu corpo padece no frio
Por tecer minhas roupas noutros.

Ah a beleza de tempestuosas labaredas enfeitando as águas.
Elas voam em torno do sol, molhando de vento o luar
E pobre espectador rico que sou,
Apenas por ver com estes meus olhos tua beleza.
Transformo-me em pó, o pó da terra, para ser revestida e transformada.

Dai em diante colam-me abertos os olhos para não mais
Deixar de ver-te.

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