Acordar cedinho só pra ver o sol dar a luz
escovar os dentes, um banho quente...
na mesa, torradas, manteiga e café.
Suco, bolo e maçã.
Canela e leite.
Sempre as mesmas roupas
sem audácias,
uma sapatilha de bailarina
e um lugar marcado no ônibus.
A mesma janela aberta,
ventilando o mesmo vento
cantando os pneus nas mesmas ruas
aqueles olhos que fingem ver
mas que não estão vendo.
A parada nunca é a última
depois descer uma ruazinha
e chegar ao prédio mais achatado.
Subir as escadas (elevador é melhor)
sentar (ou ficar de pé)
e falar (verbalizar e bláblá)
O caminho da volta pode mudar
mas sempre é muito do mesmo
sempre num ônibus,
mergulhando na janela
soprando junto com o vento
A noite (cedo ou tarde)
TV, livro e escrita
Umas letras todas erradas,
mais voltada para cacografia
um português ao avesso
avessando a vida.
Dormir e acordar
e refazer a rotina.
É a vida.
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