sábado, 18 de outubro de 2014

Graça

Um pouco da mulher em alguma parte de mim
arranha minha falsa doutrina conservadora sobre 
o meu não direito de ter e ser.

O pouco da pequena raça feminina rasga minha 
consciência do que conquistei ou larguei até o caminho de hoje
Estou me arrastando.

O pouco da garota que me corta, 
me corta por um lado de prazer 
e me sangra de tanto querer o que se proíbe querer.

Uma implosão me bombardeia 
pelo injusto poder que  me permitem ter 
e contradiz a contração do que é jugoso pulsar.
Pulsando e desafinando as bulhas nas linhas do corpo
É o meu Corpo 
corpo preso, 
vendido, 
corpo de luta,
de alma
corpo que chora
que fala
corpo de poder
de mulher.





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